A geografia deslumbrante do planeta Pandora, talvez seja, até o momento, a mais completa elaboração de um mundo imaginário que tenta, ao menos, seguir certa veracidade científica (biológica, climática, física, geológica...) sem subjugar a criatividade a uma racionalidade fechada. A especulação científico-artística de Avatar não surgiu num vazio. Há antecedentes.
O mundo, 50 milhões de anos no futuro, apresenta a seguinte configuração: ao norte uma imensa cordilheira de montanhas, formadas após o choque entre a África e a Europa (devido à movimentação das placas tectônicas); a América do Norte e a Austrália também se moveram para o norte, unindo-se com a Ásia. A América do Sul migrou para o sul, tornando-se um continente isolado. Existem três novos arquipélagos: Lemúria, Pacaus e Batavia.
Os animais são divididos conforme seu habitat: Bosques e Prados, Florestas de Coníferas, Regiões Polares, Montanhas, Desertos, Pradarias e Savanas, Florestas Tropicais, América do Sul, Ilha de Lemúria, arquipélagos de Pacaus e Batávia.
Interessante notar que, enquanto existe uma explosão criativa relativa à vida animal, a flora não parece acompanhar esse delírio evolutivo. O mundo vegetal aparentemente não parece ter mudado de forma significativa, 50 milhões de anos no futuro, servindo mais como cenário. Vale ressaltar que o exotismo não é gratuito, o design por vezes bizarro de algumas criaturas possui alguma coerência quanto as possibilidades de adaptação ambiental e mutação genética, tendo como suporte, os saberes biológicos e geológicos, produzidos até o início da década de 1980, época em que After man foi publicado.
Segue uma amostra da magnífica arte deste livro. Para ampliar é só clicar em cada imagem da galeria e, por fim, um link de download do livro:
Notas:
1. Fato um tanto curioso, pois o mercado editorial brasileiro do início e meados dos anos 1980, em especial as editoras Melhoramentos e Francisco Alves apostavam na divulgação científica de alto nível, a exemplo do Cosmos de Carl Sagan, Origens e A Evolução da Humanidade, de Richard Leakey, A Escalada do Homem, de Jacob Bronowski, O Mundo Misterioso de Arthur C. Clarke, livros de Jacques Cousteau e outros. Eram obras primorosamente editadas e o trabalho de Dougal Dixon se encaixaria perfeitamente. Talvez os editores tivessem algum pé atrás devido ao seu caráter especulativo e fantasioso. Ou simplesmente acreditavam que não teria grande procura.
2. Man After Man: An Anthropology of the Future. New York: Saint Martin's Press,1990. As ilustrações ficaram a cargo de Philip Hood.
3. Evolution, abordando genética celular, seleção natural, comportamento animal, forma e desenvolvimento e cadeias alimentares; History of Life, que é uma breve síntese das origens da vida, desde os organismos primitivos até a ascensão e predomínio do ser humano sobre a Terra.
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