Inanna, a Grande Senhora do Céu (An), igualmente nomeada como “Senhora dos mil ofícios”, é uma das principais divindades do panteão sumério. Este segundo epíteto, está relacionado ao fato de ser patrona e protetora de uma multiplicidade de funções e poderes: estrela da manhã e/ou da tarde (dentificação ao planeta Vênus), deusa da agricultura, do fogo, do raio, da alegria, do terror e, principalmente,da fertilidade, do amor e da guerra. “Inanna” é seu nome sumério, enquanto Ishtar é o nome de sua contraparte acádica (sumério-babilônica).
Inanna também era nomeada como Ninanna “Rainha do Céu” e como Ninsiana (deusa do planeta Vênus) e os seus domínios eram a fertilidade, o amor e a guerra. Seu pai era o deus lunar Nana (Sin) e o seu irmão, o deus solar Utu (Shamash).
Seu símbolo é o feixe de juncos, que também é seu caractere específico na escrita cuneiforme. Nos períodos médio e tardio da Babilônia a estrela de oito pontos era associada a ele, e aparecia em marcos de fronteiras.
Território de imensa pluralidade política e religiosa,a Mesopotâmia possuia um panteão que abrigava cerca de 3 mil divindades. Paralelamente entre os embates entre as cidades-estado, existiam conflitos religiosos entre os sacerdotes.
A importância de Inanna foi reforçada no Período Acádico Antigo (c. de 2371-2230, Dinastia Sargônica), que iniciou com a conquista da Suméria sob Sargão I, rei de Acad (2371-2316). Ele criou o primeiro grande império sumero-acádico, no qual se difundiu sucessivamente a língua acádica junto a língua suméria. Sargão I adotou como sua deusa pessoal Ištar cujos atributos são quase idênticos com Inana. O soberano atribuía a ela seus sucessos políticos (conquistas militares e consolidação do seu imenso império).
Assim a deusa adquiriu atributos bélicos, simultaneos aos antigos traços de uma deusa que proporciona a vida (embora mais relacionados a questão do amor e fertilidade).
Desse modo, Inanna/Ishtar fornecia a legitimação religiosa das políticas de conquistadores acádicos,assírios e babilônicos até meados do 1º milênio a. C.
Hino a Inanna e A Ishtar pertencem à coletânea Preces do Oriente Antigo (Paulinas, 1985, pp.9-10;13-15), enquanto a Lamentação dirigida a Ishtar está no volume Textos Sacros (Abril Cultural, 1973, pp 140-143)
Hino a Inanna
I
Àquela que vem dos céus, àquela que vem dos céus,
eu quero dizer “salve”!
À hieródula que vem dos céus,
eu quero dizer “salve”!
À grande senhora dos éus, a Inanna,
eu quero dizer “salve”!
À tocha santa, que inflama os céus,
A Inanna, luz que brilha como o dia,
A Inanna, grande senhora do céu,
eu quero dizer “salve”!
À hieródula
1, temível senhora dos deuses Anunna,
Àquela na qual todos depositam sua confiança,
Àquela que abrasa céus e terra,
À filha primogênita da Lua, a Inanna,
eu quero dizer “salve”!
Por seu caráter augusto, por sua grandeza,
pela confiança que todos nela depositam,
Por sua vinda resplandecente à noite,
Pela tocha santa que inflama os céus,
Pelo lugar que ela ocupa nos céus,
igual à Lua e ao Sol,
Do País Baixo ao País Alto todos a conhecem;
À grandeza da hieródula do céu,
A Inanna
quero cantar!
II
Tal um dragão, atiraste (teu) veneno sobre a montanha!
Quando ruges contra a terra como o deus das tempestades,
o grão cessa de brotar!
Dilúvio descendo de sua montanha,
Tu és a primeira, a deusa do céu e da terra.
Fazes chover sobre os homens um fogo ardente;
Tu que o céu dotou das ME
2,
Rainha que cavalgas um animal selvagem,
Tu, cujas ordens se inspiram nas ordens do Céu,
Quem pode saber o que é teu
entre todos os grandes Poderes?
III
Destruir e construir,
arrancar e instalar,
a ti pertencem, ó Inanna.
Fazer de um macho uma fêmea,
e de uma fêmea um macho
a ti pertencem, ó Inanna.
Atração e desejo carnal,
construir uma casa ou pafar seu aluguel,
a ti pertencem, ó Inanna.
Comércio e lucro,
prejuízos e falências,
a ti pertencem, ó Inanna.
Exame, instrução e reforma,
pesquisar e resolver
a ti pertencem, ó Inanna!
Procurar astúcia ou esperteza,
ocasião ou mercado regular
a ti pertencem, ó Inanna!
A Ishtar
Cantai a deusa, a mais importante das deusas,
Que seja glorificada a senhora do povo,
a maior entre os Igigu
3,
Cantai Ishtar, a mais imponente das deusas,
Que seja glorificada a senhora das mulheres,
a maior entre os Igigu!
Ela está revestida de alegria e de amor,
Ela está ornada de encantos, graça e beleza;
Ishtar está revestida de alegria e de amor;
Ela está ornada de encantos, graça e beleza.
Seus lábios são doces, sua boca é vida,
Os sorrisos desabrocham em seu semblante;
Ela é esplêndida, pérolas repousam em sua cabeça,
Suas cores são belas, seus olhos, matizados e cintilantes.
A deusa, junto dela está o conselho,
O destino de tudo ela o tem em suas mãos;
A seu olhar florescem a prosperidade,
O garbo, o esplendor e a boa sorte.
Ela ama o entendimento, o amor mútuo, o bem.
É ela que rege a concórdia;
A jovem que ela escolheu encontra nela uma mãe,
Entre o povo ela é mencionada, e o seu nome, repetido.
Quem se iguala à sua grandeza?
As suas funções são poderosas, eminentes e ilustres;
Ishtar, quem se iguala à sua grandeza?
As suas funções são poderosas, eminentes e ilustres.
Entre os deuses, sem igual é o seu lugar,
A sua palavra é de peso, ela supera a todos;
Ishtar, entre os deuses, sem igual é o seu lugar,
A sua palavra é de peso, ela supera a todos.
Ela é a rainha deles; eles acatam as suas palavras,
Todos estão ajoelhados diante dela;
E recebem dela a sua luz;
Temem-na mulheres e homens.
Na assembléia deles o que ela diz é nobre, supremo,
Ela ocupa o seu trono no meio deles exatamente
como Anu, o rei deles;
De entendimento, de habilidade, de inteligência
é feita sua sabedoria.
Ela e seu esposo deliberam.
Eles residem junto na cela
4, [santuário]
No templo alto, na morada da alegria;
Os deuses se mantém diante deles,
Ao que diz a sua boca prestam eles toda a atenção.
O rei, favorito deles, aquele que o seu coração ama,
Esplendidamente lhes oferece seu sacrifício puro;
Ammiditana, como sacrifício puro de suas mãos,
Oferece-lhes à saciedade touros e cordeiros gordos.
A Anu, seu esposo, ela pediu para ele
Uma vida duradoura e longa;
Muitos anos de vida para Ammiditana
5,
Ishtar outorgou, concedeu.
Por sua ordem, ela colocou
As quatro regiões
6 aos pés dele;
E o conjunto de todos os lugares habitados,
Ela os atrelou ao seu jugo.
O desejo do seu coração, o cântico que a fascine
É o que convém à boca do rei;
Ele fez por ela o que Ea
7 ordenava,
O qual o ouviu glorificá-la e se rejubilou com isso.
“Que ele viva e que o seu rei
8 o ame para sempre”!
Ishtar, a Ammiditana, o rei que te ama,
Concede o dom de uma vida longa e duradoura.
Que ele viva!
Oração de súplica à Ishtar:
[o louvor da divindade]
Ishtar guerreira, a mais venerada das deusas,
Tocha do céu e da terra,
irradiação sobre as regiões,
Irnini, filha de Sîn,
descendente de Ningal
9,
Gêmea do barbado e resplandecente guerreiro Shamash
10;
Ishtar, tu és como Anu, tu governas os céus;
Com Enlil
11, o conselheiro,
tu mandas nos lugares habitados;
Princípio criador de ritos e purificações,
Tu dispões, no Abismo, das instruções de Ea,
dos decretos.
Por toda parte onde fundações são colocadas
e onde um tijolo é assentado,
Tu cuidas, como Shamash, daqueles que puseram
de acordo.
Que seja entre os Igigu, quem é teu rival?
Que seja entre os Anunaku
12, quem é teu igual?
És tu que, no curral de humanos,
estabeleces a pobreza ou a opulência;
Tu mudas as sortes, e o infeliz se torna próspero.
[o suplicante]
Procurei entre os deuses:
somente a ti preces eram oferecidas;
Olhei para o lado dos deuses:
somente para ti ia a adoração!
Diante de ti está um Gênio, atrás de ti uma Fortuna;
À tua direita está a justiça; à tua esquerda está o bem;
São constantes em tua presença acolhimento favorável,
assentimento e paz;
Estás cercada de vida e salvação.
Como é bom orar a ti, quão próximo é teu ouvido!
Teu olhar é atendimento, tua palavra é luz.
[o pedido]
Sê misericordiosa comigo, Ishtar, ordena
que eu prospere,
Olha-me fielmente e acolhe minha súplica.
Segui tua orientação, que para mim
o proveito seja constante;
Toquei em teu andor, que eu tenha a felicidade;
Carreguei teu jugo, proporciona-me a tranquilidade;
Estive à tua espera, que a paz venha até mim;
Observei tua irradiação,
que ela seja atendimento e assentimento;
Procurei teu brilho, que eu tenha um ar radiante;
Voltei-me para tua senhoria,
que isto me seja vida e salvação.
Que eu adquira o bom Gênio que te precede;
a Fortuna que te segue, que eu a obtenha.
A riqueza que está a tua direita, que seja também minha;
que eu obtenha o bem que está a tua esquerda.
Ordena que o meu pedido seja ouvido;
Que a palavra que eu disser seja acolhida
tal como eu a disser;
Na saúde e na alegria do coração, conduze-me cada dia;
Prolonga meus dias, faze-me dom da vida;
Que eu viva, seja salvo e celebre a tua divindade;
Que eu consiga tudo aquilo para o que eu tendo.
[a ação de graças]
Que os céus se regozijem por causa de ti
que o Abismo se rejubile por tua causa;
Que os deuses do universo te bendigam;
Que os grandes deuses contentem teu coração!
Lamentação dirigida a Ishtar
“A ti suplico, Senhora entre as Senhoras, deusa entre as deusas!
Ó Ishtar, rainha de todas as moradas,
guia de toda humanidade!
Ó Irnini, ó Ishtar!
És a soberana, a maior das deusas
entre todas as divindades!
Tu és poderosa,
tu és uma princesa,
a maior das deusas entre todas as divindades!
Teu nome é glorificado!
Tu és a luz do céu e da terra,
ó valorosa filha de Sin!
Tu guias os exércitos e começas as lutas.
Tu, que és a primeira em todos os cultos,
adornada por uma coroa de soberana.
Ó senhora rainha em teu esplendor,
soberana entre todos os deuses!
Estrela do grito de guerra, Senhora da peleja,
que atemorizas as montanhas,
ó Ishtar, coberta de luta, revestida de terror!
Tu fazes com que se cumpram o julgamento e a sentença,
a lei do céu e da terra.
Os santuários te veneram, assim como os templos,
assim como as moradas divinas e as capelas
13.
Onde não estaria presente o teu nome?
Onde não estaria presente o teu culto?
Onde não aparecem tuas efígies?
Onde não te construíram templos?
Onde não és proclamada a maior entre todas as divindades?
Onde não és glorificada?
Anu, Enlil, Ea te glorificaram
e perante todos os deuses declararam a grandeza de tua divindade!
Eles te glorificaram perante todas as divindades
e para ti destinaram um trono sublime.
À simples lembrança de teu nome, tremem o céu e a terra,
estremecem todos os deuses
e os homens veneram a teu nome terrível!
Tu és grande, és glorificada, ó poderosa Ishtar!
Todos os homens exaltam teu vigor.
Tu convertes em Justiça e Eqüidade o direito dos homens.
Voltas o teu olhar benigno sobre os oprimidos e sobre os abandonados,
guiando-os, dia após dia.
Por que demoras, portanto, Senhora do céu e da terra,
Pastora dos rebanhos?
Por que demoras tanto a nos socorrer,
ó Senhora, personificação da pureza?
Por que demoras tanto a nos atender,
ó Senhora do combate e de todas as batalhas?
Tu, a real, a leoa entre todos os deuses,
que deitas por terra os deuses encolerizados...
Tu, a mais forte entre todas as soberanas,
capaz de subjugar a todos os deuses...
Tua soberania é engrandecida e solidamente assegurada,
ó heroína Ishtar, grande em teu poderio!
Resplandecente paz do céu e da terra, luz de todos os países,
Furiosa e valente na batalha, tocha brilhante contra os inimigos,
exterminadora dos fortes -
tu, ó Ishtar, fazes que se empalideçam as faces dos homens,
tu, que és capaz de unir os exércitos!
Deusa de todos os homens e mulheres,
ó Ishtar, de quem ninguém consegue arrancar o último conselho -
para onde quer que volvas o teu olhar
ressucitas o morto e o que se encontrava enfermo sara.
A justiça se transforma em injustiça
para aquele que teu olhar contempla.
Eu te invoco, eu, o miserável, o abandonado, o enfermo -
teu escravo!
Olha para mim, minha senhora,
atende ao meu clamor!
Contempla-me com tua graça, escuta a minha preçe!
Declara-me perdoado e acalma teu espírito -
o perdão para o meu corpo aflito, cheio de confusão e desordem...
O perdão para o meu coração enfermo, cheio de lágrimas e gemidos...
O perdão para as minhas entranhas doentias, cheias de desordens e embaraços...
O perdão para minha casa sofredora, na qual ressoam tristes lamentos...
O perdão para meu espírito, tomado por lágrimas e suspiros...
Ó gloriosa Ishtar, leoa feroz,
acalma teu coração!
Ó Senhora, selvagem e encolerizada,
acalma teu espírito!
Que teus olhos misericordiosos me tragam paz!
Que se volte para mim, clemente, tua face resplandecente!
Libera-me do encantamento maldoso que penetrou em meu corpo
e faz-me contemplar tua luz fulgurante!
Por quanto tempo ainda, ó minha Senhora,
deverão meus adversários me olhar
e, pérfidos e mentirosos, inventar maldades contra mim?
Por quanto tempo, ainda, voltar-se-ão contra mim meus perseguidores,
Aqueles que me colocam diante de ciladas?
Por quanto tempo ainda, ó minha Senhora?
(…) Os fracos se tornam fortes
e eu, ao contrário, me torno fraco!
Eu oscilo como as ondas, como as ondas que a tempestade levanta.
Meu coração voa e plana como um pássaro no céu.
Como uma pomba, eu me levanto, dia e noite,
sinto-me oprimido e choro, desolado.
Minha alma está tomada pela angústia.
Que fiz eu, ó meu Deus e minha Deusa?
Sinto-me ferido como se não tivesse mais crença,
ó meu Deus, ó minha Deusa!
Sobre mim recaem a dor, a dor de cabeça,
a morte, a ruína!
Sobre mim recaem as tribulações,
a infelicidade e a cólera intermináveis!
Sobre mim recaem a ira, o furor,
o desdém dos deuses e dos homens!
Ó minha Senhora, eu contemplo a desordem e o tumulto,
a morte e a miséria que estão a minha volta!
Minha capela está devastada,
meu santuário está devastado!
Um silêncio terrível envolve minha casa, espalha-se pelas portas e salas.
Nesse momento, meu deus, deviaste de mim a tua face!
Minha raça está devastada...
Deposito toda a minha esperança em ti,
ó minha Senhora, para a qual a minha alma recorre!
Eu te imploro, ó Ishtar, libera-me de minha punição!
Perdoa a minha falta, o meu erro e o meu pecado!
Perdoa os meus pecados, acolhe a minha súplica!
Dirige meu passo a fim de que, radiante como um Senhor,
siga eu o caminho dos outros homens!
Comanda aos deuses, sob teu domínio,
para que o deus encolerizado se torne pacífico,
que se volte novamente a meu favor
a deusa que me mostrou sua face encolerizada!
Que a lareira, escura e apagada, brilhe de novo em minha casa!
Que a minha tocha extinta lance novamente chamas!
Que a minha raça devastada ressurja de novo,
que minhas terras sejam prósperas
e que meus estábulos aumentem!
Aceita a veneração que ajoelhado te ofereço!
Atende a minha prece e olha-me com clemência!
Até quando, ó minha Senhora,
teu espírito estará cheio de cólera?
Até quando, ó minha Senhora,
afastarás de mim o teu olhar?
Até quando, ó minha Senhora,
teu espírito estará cheio de cólera?
Volta novamente tua face para mim,
A fim de pronunciar uma palavra que seja de clemência!
Que tua alma se acalme como as águas correntes dos rios.
Faz com que possa eu investir contra os meus inimigos
e que os que estão irados e contra mim se tornem submissos.
Obriga-os a que se humilhem a meus pés!
Possam a minha prece e a minha súplica ser atendidas!
Que tua grande misericórdia desça sobre mim!
Que todo aquele que me veja nas ruas
Passe a glorificar o teu nome!
E eu também, diante de todos os homens,
cantarei louvores à tua divndade e ao teu poderio.
Ishtar é grande! A Senhora é a rainha!
Ishtar, a filha de Sin, é a heroína sem rival!”
Notas:
1. Mulher que se dedicava a funções cultuais nos templos dedicados à Inanna/Ishtar. Aqui entramos na questão da chamada "prostituição sagrada", que provoca vários equívocos.
Segundo as crenças da Mesopotâmia, todas as formas de fertilidade eram inter-relacionadas, de modo que o sexo em um ritual servia para garantir boas colheitas e rebanhos fortes. Portanto, os fiéis que adoravam Ishtar geralmente tinham que ter relações sexuais com sacerdotisas, embora houvesse todo um processo separando o ritual de acasalamento do prazer. Elas não cobravam pela relação sexual (que fazia parte da cerimônia), o prazer em si não era o fim último, porém um reflexo da relação mística entre todas as formas de criação da vida. A "prostituta sagrada" era chamada de qādēsh pelos judeus e hieródula pelos gregos.
2. ME designa os poderes sagrados das leis com as quais Enki utilizou para estabelecer a ordem no mundo. Desse modo, constituem forças que movem o mundo e todas as instituições existentes.
3. Igigu são os grandes deuses celestes, considerados coletivamente.
4. ou santuário.
5. rei da Babilônia.
6. todo o universo.
7. Ea é o deus do abismo das águas.
8. o rei celeste (Anu) do rei terrestre (Ammiditana)
9.
Ningal era a deusa da cana, irmã de Enki e Ningikurga e cônjuge do deus da lua Nanna, com quem gerou Utu, o deus filho, Inanna, e em alguns textos, Ishkur.
10.
Shamash é o deus Sol.
11.
Enlil é o rei dos deuses e filho do Céu.
12.
Anunaku (ou
Anunnaki entre outras variações) são um grupo de divindades sumérias, acádicas e babilônicas. Sua relação com o grupo de deuses conhecido como
Igigu não é clara - às vezes os nomes são usados como sinônimos. Todavia, no mito do dilúvio de
Atrahasis eles têm de trabalhar para os Anunaku, rebelando-se após 40 dias e substituídos com a criação dos seres humanos.
13. o termo capela provoca estranheza, e parece uma licença do tradutor (lembrando que se trata de uma tradução de alguma versão em francês ou inglês). Talvez seja referência a um tipo de santuário doméstico.
Bibliografia:
ELIADE, Mircea; COULIANO, Ioan P.
Dicionário das religiões. (com a colaboração de H.S. Wiesner. São Paulo: Martins Fontes, 1995
Preces do Oriente Antigo. tradução: Benôni Lemos; revisão: Olga Fleury Lombard. São Paulo: Edições Paulinas, 1985 (Documentos do mundo da bíblia, v. 1)pp. 9-10; pp.13-15
VVAA.
Textos Sacros. São Paulo: Abril Cultural, 1973 pp. 140-143 [tradução da Lamentação dirigida a Ishtar pelo Prof. Antônio Flávio de Oliveira Pierucci]
Wilkinson, Philip & PHILIP, Neil
Guia Ilustrado Zahar: Mitologia. tradução Áurea Akemi, revisão técnica: Miriam Sutter. Rio de Janeiro: Zahar, 2010