sábado, 23 de outubro de 2010

Ava Inferi - Vultos - uma experiência de transcrição...



Ava Inferi é uma banda portuguesa de Doom/Gothic Metal formada pela vocalista Carmen Susana Simões e pelo guitarrista norueguês Rune "Blasphemer" Eriksen (ex-Mayhem), seus mentores principais. Segundo a gravadora Season of Mist "a ideia fundamental por trás dessa união é a liberação e encaminhamento de toda a frustração e miséria que a vida às vezes traz, mas também para dar à luz um portal gratuito e independente para o interminável poço de expressão e criatividade." Portanto, são canções estruturadas na reflexão da essência da dor e do medo; na contemplação da natureza rústica, pouco tocada pelo homem e das ruínas do passado humano.Toda esta criatividade é expressada através de alguns hibridismos entre o Fado, o Jazz, o Blues, o Folk  e o Dark Ambiente. Todavia, estes elementos estão sob as rédeas da austeridade do Doom Metal. Síntese perfeita da melancolia lusitana e da aspereza nórdica.
Carmen Simões possui uma voz ressoante, intensa, quando necessária, suave ou forte... que é bem amparada pelo instrumental coeso, em especial, o magnífico trabalho de guitarra, que tenta em alguns momentos captar a sonoridade do fado, sem perder suas características roqueiras.
Completam o grupo Jaime S. Ferreira (baixo) e João Samora (bateria).



São trabalhos feitos com paixão e entusiasmo, que logo receberam acolhida favorável da crítica e fãs do gênero. Até o momento sua discografia é a seguinte:

Burdens (2006)
The Silhouette (2007)
Blood of Bacchus (2009)


Feita esta introdução, passo ao assunto principal, que é a faixa 6 de Burdens, Vultos. Foi a canção que me chamou mais a atenção neste álbum, em especial por ser cantada em português, pelas variações no ritmo e elementos de blues.

Curiosamente, flanando por vários sites e blogs especializados, não encontrei nenhuma transcrição da letra de Vultos. Embora as demais sejam facilmente encontráveis. Será que o grupo quer fazer uma aura de mistério sobre a canção? Ou o pessoal interessado está com dificuldade para transcrevê-la? Ao constatar isto, fiquei com vontade de publicar esta letra. Como não tenho acesso ao cd original, fiz de ouvido mesmo. Estou em dúvida com relação a quatro ou cinco palavras. Passagens dificílimas.  Há, portanto, um pouco de minha subjetividade. Trata-se, desse modo de uma interpretação relativamente livre.Uma recriação. Não tenho receio de expor minhas dúvidas.

 Estou aberto à críticas e sugestões que venham a melhorar esta transcrição.



Vultos

Bem vindo ao lago,
Onde o tempo parou,
E a noite desceu.(?)
Os vultos dançam,
Lá no eterno azul.Existência. [ou Insistência? , ou ainda: Inexistência?]


Sorrindo para ti,
Estendem-lhe as mãos
Para tua [    ] (?)
Entraste no intempo eterno,(?)
E aqui viverás eternamente.


Observações: estava, e ainda estou indeciso entre "desceu" e "venceu". Existência remete ao destino, ao fato de existirmos. Por outro lado, Insistência remete a teimosia, obstinação em continuar, apesar de tudo... Inexistência também não está descartada... Enfim, pode não ser nenhuma das três rsssss ... Para tua loucura ? Uma das passagens mais difíceis, talvez eu esteja viajando na maionese. Intempo eterno parece estranho, mas está relacionado a uma temporalidade imóvel, interminável, habitada pelos fantasmas do lago e pela pessoa que por eles foi atraída ou,  aceitou de livre vontade este destino. Todavia não descarto a possibilidade de ser uma expressão em latim,  italiano ou francês, dado a voz sussurrante de Carmen Simões nesta passagem obscura.

Para quem deseja ouví-la:





3 comentários:

Anônimo disse...

Bem vindo ao lago,
Onde o tempo parou,
E anoiteceu
Os vultos dançam,
Lá no eterno azul existencial

Sorrindo para ti,
Estendem-te as mãos
Para te levar
Entraste e o meu tempo parou
E aqui viverás eternamente.

:D

Anônimo disse...

Bem vindo ao lago,
Onde o tempo parou,
E anoiteceu
Os vultos dançam,
Lá no eterno azul existencial

Sorrindo para ti,
Estendem-te as mãos
Para te levar
Entraste e o meu tempo parou
E aqui viverás eternamente.

MARCELO disse...

Muito obrigado Anônimo (ou Anônima)! Agora a transcrição ficou muito mais bela e elegante.