quarta-feira, 27 de julho de 2011

E. P. Thompsom: A miséria da teoria (excertos).



Homem de pensamento e ação, o historiador marxista inglês Edward Palmer Thompson (1924-1993) é um dos intelectuais mais influentes no universo das ciências humanas. Crítico do Stalinismo, permaneceu dentro da tradição marxista, desmontando concepções mecanicistas e autoritárias. Também foi marcante seu engajamento no movimento anti-nuclear na década de 1980. Lecionou em várias universidades, e também dedicou-se à formação de jovens e adultos das camadas populares. Suas pesquisas se constituíram notadamente no campo da História do Trabalho e na História da Cultura, com trabalhos decisivos como A Formação da Classe Operária Inglesa (1963); Senhores e Caçadores (1975); A Miséria da Teoria (1978) e Costumes em Comum (1991). Neles 1, Thompson analisou as questões e discursos da classe trabalhadora, procurando mostrar que os operários são sujeitos construtores da história, dentro de certos limites. Desse modo, o conceito de classe social não se resume apenas em termos econômicos, mas a um conjunto múltiplo de experiências construídas historicamente, herdadas e/ou partilhadas e articuladas em torno à sistemas de valores, tradições, sentimentos identitários que unem um grupo, reivindicações, projetos, formas de subsistir, linguagens, crenças, etc. Desse modo, a experiência de classe é determinada pelas relações de produção no qual os homens nascem ou entram involuntariamente, a consciência de classe é a forma em que estas experiências são tratadas em termos culturais. Assim, a cultura não é mero reflexo da instância econômica, mas um elemento dinâmico, complexo e que se inter-relaciona com o político, o social e o próprio econômico, transformando-os (e também sendo reelaborada por eles).
No livro A Miséria da Teoria ou um Planetário de Erros, Thompson polemiza com o estruturalismo de Louis Althusser e seguidores. É um de texto extrema criticidade,escrito de maneira espirituosa e irônica.Thompson considera prejudicial ao conhecimento um tipo de fazer histórico ancorado nos conceitos da linguistica estrutural francesa (e do linguistic turn, mais contemporaneamente). 
E. P. Thompson formou-se dentro da tradição empírica britânica, que agregou pensadores de vários matizes políticos. Fato que não impede o historiador de apropriar-se dela criticamente. Para ele não é vergonhoso,demeritório ou démodé, defender certo grau de objetividade nos estudos históricos. Atualmente, onde há uma apropriação superficial e sectária de ideias do pós-modernismo, alguns consideram o historiador inglês (ou todo aquele que afirma a existência da realidade e do pensamento fora dos jogos de linguagem, defende certo realismo epistemológico e critica o relativismo cognitivo) um tanto "convencional", "platônico" ou mesmo "positivista" (termos vagos e xingamentos epistemológicos que serve mais para estigmatizar do que esclarecer e iniciar uma discussão mais produtiva).
Entre buscar a objetividade total, como uma lente ou janela cristalina, e se entregar a um relativismo absoluto (onde tudo está embaçado e vale "qualquer coisa", algo contraditório e mesmo anti-intelectualista) existem um espectro de possibilidades. Encontrar a verdade nos estudos históricos é possível; restituindo aos acontecimentos do passado a complexidade de relações (políticas, culturais, religiosas, conflitos, negociações...) que os forjaram, sempre consciente da tensão dialógica e produtiva entre os registros de que dispomos e selecionamos e a visão do pesquisador ( que não sucumbe ao subjetivismo exarcebado, mas o transcende).


“(…) Mas um historiador de tradição marxista tem o direito de lembrar a um filósofo marxista que os historiadores também se ocupam, em sua prática cotidiana, da formação da consciência social e de suas tensões. Nossa observação raramente é singular: esse objeto do conhecimento, esse fato, esse conceito complexo. Nossa preocupação, mais comumente, é com múltiplas evidências, cuja inter-relação é, inclusive, objeto de nossa investigação. Ou, se isolamos a evidência singular para um exame à parte, ela não permanece submissa, como a mesa, ao interrogatórintro; agita-se, nesse meio tempo, ante nossos olhos. Essa agitação, esses acontecimentos, se estão dentro do 'ser social', com frequencia parecem chocar-se, lançar-se sobre, romper-se contra a consciência social existente. Propõem novos problemas e, acima de tudo, dão origem continuadamente à experiência - uma categoria que por mais imperfeita que seja, é indispensável ao historiador, já que compreende a resposta mental e emocional seja de um indivíduo ou de um grupo social, a muitos acontecimentos inter-relacionados ou a muitas repetições do mesmo tipo de acontecimento.” 2

“(...) a experiência é valida e efetiva, mas dentro de determinados limites: o agricultor 'conhece' suas estações, o marinheiro 'conhece' seus mares, mas ambos permanecem mistificados em relação à monarquia e à cosmologia.” 3

“Mas a questão que temos imediatamente à nossa frente não é a dos limites da experiência, mas a maneira de alcançá-la e produzi-la. A experiência surge espontaneamente no ser social, mas não surge sem pensamento. Surge porque homens e mulheres (e não apenas filósofos) são racionais e refletem sobre o que acontece a eles e ao seu mundo. Se tivermos de empregar (a difícil) noção de que o ser social determina a consciência social, como iremos supor que isto se dá? Certamente não iremos supor que o 'ser' está aqui, como uma materialidade grosseira da qual toda idealidade foi abstraída, e que a 'consciência' (como idealidade abstrata) está ali. Pois não podemos conceber nenhuma forma de ser social independentemente de seus conceitos e expectativas organizadores, nem poderia o ser social reproduzir-se por um único dia sem o pensamento. O que queremos dizer é que ocorrem mudanças no ser social que dão origem a experiência modificada; e essa experiência é determinante, no sentido de que exerce pressões sobre a consciência social existente, propõe novas questões e, proporciona grande parte do material sobre o qual se desenvolvem os exercícios intelectuais mais elaborados. A experiência, ao que se supõe, constitui uma parte da matéria-prima oferecida aos processos do discurso científico da demonstração. E mesmo alguns intelectuais atuantes sofreram, eles próprios, experiências.” 4

“(...) Mas devo lembrar a um filósofo marxista que conhecimentos se formaram, ainda se formam, fora dos procedimentos acadêmicos. E tampouco eles tem sido, no teste da prática, desprezíveis. Ajudaram homens e mulheres a trabalhar os campos, a construir casas, a manter complicadas organizações sociais, e mesmo, ocasionalmente, a questionar eficazmente as conclusões do pensamento acadêmico.” 5

“(...) A experiência não espera discretamente, fora de seus gabinetes, o momento em que o discurso da demonstração convocará a sua presença. A experiência entra sem bater a porta e anuncia mortes, crises de subsistência, guerra de trincheira, desemprego, inflação, genocídio. Pessoas estão famintas: seus sobreviventes tem novos modos de pensar em relação ao mercado. Pessoas são presas: na prisão, pensam de modo diverso sobre as leis. Frente a essa experiências gerais, velhos sistemas conceituais podem desmoronar e novas problemáticas podem insistir em impor sua presença.” 6

“O que Althusser negligencia é o diálogo entre o ser social e a consciência social. Obviamente, esse diálogo se processa em ambas as direções. Se o ser social não é uma mesa inerte que não pode refutar o filósofo com suas pernas, tampouco a consciência social é um recipiente passivo de 'reflexões' daquela mesa. Evidentemente a consciência, seja como cultura não autoconsciente, ou como mito, ou como ciência, ou lei, ou ideologia articulada, atua de volta sobre o ser, por sua vez: assim como o ser é pensado, também o pensamento é vivido – as pessoas podem, dentro de limites, viver as expectativas sociais ou sexuais que lhes são impostas pelas categorias conceituais dominantes.” 7

“(...)Numa tal equação, o “pensamento' (se é 'verdadeiro') só pode representar o que é adequado às propriedades determinadas de seu objeto real, e deve operar dentro desse campo determinado. Se escapa a isto, então se transforma num remendar malfeito, extravagante e especulativo, e na extrapolação de um 'conhecimento' de mesas, a partir de um fanatismo preexistente.” 8

“Essas dificuldades são imensas. Mas as dificuldades se multiplicam muitas vezes quando examinamos não um fato ou conceito (realeza) mas aqueles acontecimentos que a maioria dos historiadores considera centrais para seu estudo: o 'processo' histórico, a inter-relação de fenômenos díspares (como economias e ideologias), a causação. A relação entre o pensamento e seu objeto torna-se agora extremamente complexa e mediata; e, ademais, o conhecimento histórico resultante estabelece relações entre fenômenos que nunca poderiam ser vistos, sentidos ou experimentados pelos atores desse modo naquela época; e organiza as constatações de acordo com conceitos e dentro de categorias que eram desconhecidos dos homens e mulheres cujos atos constituem o objeto de estudo - toda essas dificuldades são tão imensas que se torna evidente que a história 'real' e o conhecimento histórico são coisas totalmente distintas. E certamente são. Que mais poderiam ser? Não poderá o objeto (história real) permanecer ainda numa relação 'objetiva' (empiricamente verificável) com seu conhecimento, uma relação que é (dentro de limites) determinante?” 9

“Os conhecimentos e regras históricas são, com frequência, dessa ordem. Exibem extrema elasticidade e permitem grande irregularidade; o historiador parece estar fugindo ao rigor, ao mergulhar por um momento nas mais amplas generalizações, quando no momento seguinte se perde nas particularidades das qualificações em qualquer caso especial. Isto provoca desconfiança, e mesmo hilaridade, em outras disciplinas. (...)A história não conhece verbos regulares.” 10

“A história não é uma fábrica para a manufatura da Grande Teoria, como um Concorde do ar global; também não é uma linha de montagem para a produção em série de pequenas teorias. Tampouco é uma gigantesca estação experimental na qual as teorias de manufatura estrangeira possam ser 'aplicadas', 'testadas' e 'confirmadas'. Esta não é absolutamente sua função. Seu objetivo é reconstituir, 'explicar', e 'compreender' seu objeto: a história real. As teorias que os historiadores apresentam são dirigidas a esse objetivo, dentro dos termos da lógica histórica, e não há cirurgia que não possa transplantar teorias estrangeiras, como órgãos inalterados, para outras lógicas estátícas, conceituais, ou vice-versa. Nosso objetivo é o conhecimento histórico; nossas teorias são apresentadas para explicar tal formação social particular no passado, tal sequência particular de causações” 11

“A explicação histórica não pode tratar de absolutos e não pode apresentar causas suficientes, o que irrita muito algumas almas simples e impacientes. Elas supõem que, como a explicação histórica não pode ser Tudo, é portanto Nada, apenas uma narração fenomenológica consecutiva. É um engano tolo. A explicação histórica não revela como a história deveria ter se processado, mas porque se processou dessa maneira, e não de outra; que o processo não é arbitrário, mas tem sua própria regularidade e racionalidade; que certos tipos de conhecimentos (políticos, econômicos, culturais) relacionam-se, não de qualquer maneira que nos fosse agradável, mas de maneiras particulares e dentro de determinados campos de possibilidades; que certas formações sociais não obedecem a uma 'lei', nem são os 'efeitos' de um teorema estrutural estático, mas se caracterizam por determinadas relações e por uma lógica particular de processo. E assim por diante. E muito mais. Nosso conhecimento pode satisfazer a alguns filósofos, mas é o bastante para nos manter ocupados.” 12


Notas:


1. A Formação da Classe Operária Inglesa ─ E. P. Thompson, Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987-1988, 3 vols., tradução de Denise Bottman; Senhores e caçadores: as origens da lei negra.Rio de Janeiro, Paz e Terra,1987 tradução de Denise Bottman;A Miséria da teoria. ..... miséria da teoria ou um planetário de erros. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de. Janeiro: Zahar, 1981; Costumes em Comum:Estudos Sobre a Cultura Popular Tradicional. tradução de Rosaura Eichemberg São Paulo: Companhia das Letras, 1998
2. E.P. Thompson A Miséria da teoria, p.15
3.op cit. p.16
4.op cit. p.16
5.op cit p.17
6.op cit. p.17
7.op cit. p.17
8.op cit.  p.17
9.op cit. p. 28
10.op cit. p.57
11.op cit. p. 57
12. op cit. p. 61

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Philip Glass : Akhnaten



Tomei contato com esta obra de Philip Glass (cujo download disponibilizo para os leitores) pela primeira vez em 1992, através da rádio Cultura FM, que havia preparado uma apresentação bastante caprichada desta ópera. O programa contava com a apresentação da obra na íntegra, com depoimentos do próprio Philip Glass, do historiador Shalom Goldman, que colaborou na pesquisa e composição do libreto e do diretor de teatro Gerald Thomas. A tradução em português das narrações do escriba foram feitas pelo saudoso locutor Gilberto Rocha. Era uma reprise, de um evento feito  pela emissora em 1988, se não me engano.

Akhenaten é uma ópera em três atos para orquestra, coro e solistas com música de Philip Glass, composta entre 1982 e 1983, sob encomenda Orquestra da Ópera Estatal de Stuttgart, que estava sendo reestruturada. O libreto foi elaborado por Philip Glass , em associação com Shalom Goldman,  Robert Israel e Richard Riddell . O texto vocal foi elaborado a partir de fontes originais por Shalom Goldman . Interpretada pelo Coro e Orquestra da Ópera Estatal de Stuttgart, em 1984, com direção de Dennis Russell Davies. Infelizmente não existem vídeos ou filmes desta montagem, cujas gravações foram lançadas em cd, em 1987, pela CBS.

Akhnaten (ou Akhenaton) foi um faraó da XVIII Dinastia egípcia (começou a reinar por volta de 1364 a. C.). Parte da historiografia credita a este faraó  uma reforma religiosa que teria instituído uma religião monoteísta na sociedade egípcia, tradicionalmente politeísta. Alterou o seu nome, Amenhotep , pois continha o nome de Amon, deus soberano de Tebas, para Akhnaten (que significa "do agrado de Aton"). Sem desmerecer a possibilidade de alguma sinceridade em criar uma nova espiritualidade, não se pode negar que existiam fatores como a necessidade de concentrar o poder na figura do faraó, ou para apenas retirar o poderio dos sacerdotes. Desse modo, Akhenaton instituiu o deus Aton como a única divindade que deveria ser cultuada, sendo o próprio faraó o único representante e mediador dessa divindade. Ao contrário de outros deuses que eram representados por ídolos antropomórficos, humano ou semi-antropomórficos, Aton foi o primeiro conceito totalmente abstrato de Deus, representado pelo disco solar. Entretanto, após 17 anos de governo, esta reforma foi desconstruída vigorosamente pelos nobres e sacerdotes de Amon, que lhe faziam oposição, retornando os cultos anteriores, impossibilitando o faráo de tentar algum acordo com o clero de Amon. E sua memória foi apagada da história do Egito, embora as circunstâncias de sua morte ainda sejam meio nebulosas.

A força do mundo natural adorada mais freqüente era o sol. Seu poder era representado pela cabeça de falcão deus Hórus, pela figura humano-divina de Atum ou pelo besouro de esterco Kheper. O sol também tinha uma designação secular - Aton - que simbolizava o disco próprio sol. O palco foi assim definido para a introdução de Akhnaten do aten como a manifestação do poder supremo do universo.

Todavia, esta revolução religiosa deve ser mais matizada, pois não se tratou de uma reforma propriamente monoteísta , pois os outros deuses (Rá, Osiris e tantos outros) não caíram no ostracismo, banidos do panteão. Apenas ficaram atrás de Atón. O próprio Hino a Aton, síntese da doutrina de Akhnaten, menciona a participação de outras divindades. Assim, apenas o nome de Amon foi abolido, reunindo sobre Aton, todos os poderes da criação, lembrando que o faraó era o único e legítimo mediador de Aton, que produzia um culto do rei ainda vivo. [cf. Paolo Scarpi, Politeísmos: as religiões do mundo antigo. São Paulo: Hedra, 2004, pp. 60 e ss]

 Desse modo, a  ópera é essencialmente o resultado da visão particular de Philip Glass, embora tenha contado com uma pesquisa historiográfica consistente, e não um tratado de egiptologia. Akhenaten fecha uma trilogia iniciada por Einstein on the beach (1975) e Satyagraha (1979). Foram três homens que, na visão de Glass, revolucionaram os pensamentos e eventos do seu tempo através do poder de uma visão interior. Assim, Einstein - o homem de ciência; Gandhi - o homem da política; Akhnaten - o homem da religião. Estes temas (ciência, política, religião), em certa medida, são partilhados por todos os três e formam nossa configuração social e ideológica.

As letras do libreto foram compostas a partir de textos da época de Akhnaten, do período de Amarna. Decretos, títulos, cartas, fragmentos de poemas, entre outros, foram todos recriados para serem cantados em suas línguas originais.


 Disponibilizo no link abaixo os arquivos desta clássica montagem:




ACT I: YEAR 1 OF AKHNATEN'S REIGN - THEBES

PRELUDE:


Refrain
Open are the double doors of the horizon
Unlocked are its bolts
Verse 1
Clouds darken the sky
The stars rain down
The constellations stagger
The bones of the hell hounds tremble
The porters are silent
When they see this king
Dawning as a soul
Refrain
(repeat above)
Verse 2
Men fall
Their name is not
Seize thou this king by his arm
Take this king to the sky
That he not die on earth
Among men
Refrain
(repeat above)
Verse 3
He flies who flies
This king flies away from you
Ye mortals
He is not of the earth
He is of the sky
He flaps his wings like a zeret bird
He goes to the sky
He goes to the sky
On the wind
On the wind


SCENE 1: FUNERAL OF AMENHOTEP III



Live life, thou shalt not die
Thou shall exist for millions
of millions of years
For millions of millions of years

Ankh ankh, en mitak
Yewk er heh en heh
Aha en heh

Hail, bringer of the boat of Ra
Strong are thy sails in the wind
As thou sailest over the Lake of Fire
In the Underworld

Ya inen makhent en Ra,
rud akit em mehit
em khentik er she nerserser
em netcher khert

Hail, bringer of the boat of Ra, etc.

Live life, thou shalt not die, etc.

Ya, inen makhent en Ra, etc.

Ankh ankh, en mitak, etc.


SCENE 2: THE CORONATION OF AKHNATEN



Hail to thee, thou who art in peace
Lord of joy, crowned form
Lord of the wereret crown, exalted of plumes
Beautiful of diadem, exalted of the white crown
The gods love to look upon thee
The double crown is established upon thy brow

Ye-nedj hrak yemi em hetepu
Neb aut yeb sekhem kha-u
Neb wereret ka shuti
Nefer seshed ka hedjet
Mertu netcheru maanek
Sekhi men em weptek

Text: Recited by the Scribe (from a list of Akhnaten's titles).

Live the Horus, Strong-Bull-Appearing-as-Justice;
He of the Two Ladies, Establishing Laws and
causing the Two-Lands to be Pacified;
Horus of Gold, Mighty-of-Arm-when-He-Smites-the-Asiatics;

King of Upper and Lower Egypt,
Nefer Kheperu Ra Wa en Ra,
Son of Neb-maet-Ra
(Lord of the Truth like Ra)
Son of Ra, Amenhotep (Amon is pleased)
Hek Wase (Ruler of Thebes), Given Life.

Mighty Bull, Lofty of Plumes;
Favorite of the Two Godesses,
Great in Kingship in Karnak;
Golden Hawk, wearer of Diadems in the Southern Heliopolos;
King of Upper and Lower Egypt.

Beautiful-is-the-Being of Ra,
The Only-One-of-Ra,
Son of the Sun,
Peace-of-Amon, Divine Ruler of Thebes;
Great in Duration, Living-for-Ever-and-Ever,
Beloved of Amon-Ra, Lord of Heaven.



ACT II, SCENE 1: THE TEMPLE



Oh Amon, creator of all things
All people say
We adore you
In jubilation
For resting among us.

Amen men khet nebet
Ya-u-nek em em djed
Sen er ayu
Nek henu nek en
En wered ek imen


SCENE 4: HYMN



Thou dost appear beautiful
On the horizon of heaven
Oh, living Aten
He who was the first to live
When thou hast risen on the Eastern Horizon
Thou art fair, great, dazzling,
High above every land
Thy rays encompass the land
To the very end of all thou hast made

All the beasts are satisfied with their pasture
Trees and plants are verdant
Birds fly from their nests, wings spread
Flocks skip with their feet
All that fly and alight
Live when thou hast arisen

How manifold is that which thou hast made
Thou sole God
There is no other like thee
Thou didst create the earth
According to thy will
Being alone, everything on earth
Which walks and flies on high

Thy rays nourish the fields
When thou dost rise
They live and thrive for thee
Thou makest the seasons to nourish
All thou hast made
The winter to cool
The heat that they may taste thee

There is no other that knows thee
Save thy son, Akhnaten
For thou hast made him skilled
In thy plans and thy might
Thou dost raise him up for thy son
Who comes forth from thyself


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Tiamat - Prey



Prey é o oitavo álbum de estúdio da banda sueca Tiamat e um dos meus preferidos, ao lado de Astral Sleep e Wildhoney.

Lançado em 2003, constitui um dos pontos altos do grupo, que inicialmente chamava-se Treblinka e adotou o nome Tiamat perto do lançamento de seu primeiro disco, Sumerian Cry (1990), trabalho que segue os padrões musicais do estilo. Em 1991, com o segundo álbum, Astral Sleep, o Death/Black Metal do Tiamat passou a agregar elementos acústicos e melodiosos (através de violão e teclados) à aspereza característica do estilo. Em Clouds (1992), o Doom emerge com destaque, somando-se a formatação anterior, com um uso maior dos vocais limpos. Com Wildhoney (1994), Edlund realiza novas experimentações sonoras e vocais. Seus guturais atingem a perfeição em faixas lentas e cadenciadas como "Whatever That Hurts", "The Ar" e "Visionaire" enquanto a voz limpa, por exemplo em "Do You Dream of Me?", prenuncia o novo direcionamento que a banda seguiria nos anos seguintes. E ainda possui "Gaia" com sua rispidez vocal e arranjos pinkfloydianos que a tornaram um dos clássicos do grupo. Deeper Kind of Slumber, de 1997, divide opiniões, sendo recebido de maneiras díspares por críticos e ouvintes. Ainda não assimilei o álbum por completo, não tendo ainda uma opinião muito sólida a respeito dele.De qualquer forma está distante de ser um trabalho medíocre. Em 1999 aparece o excelente Skeleton Skeletron que, para quem não gosta do disco anterior, "redime" a banda. Agora, os elementos góticos tornam-se mais presentes, com ecos de Sisters of Mercy (notadamente na faixa "Brighter than the Sun", que possui um videoclip magnífico). Judas Christ (2002)mantém o nível alcançado sem grandes inovações. Em 2008, 4 anos após Prey, surge Amanethes, onde Edlund retorna alguns aspectos mais agressivos do passado e ao mesmo tempo consolida a configuração gótica, doom, ambiente, hard e progressiva dos seu metal dos últimos álbuns. Resumo aqui, a trajetória da banda, que a semelhança dos britânicos do Paradise Lost,sempre procurou agregar outras influências musicais (dos vários gêneros do metal, do gótico, progressivos e até mesmo pop),sem parecer algo forçado ou superficial, evitando assim, de estagnar-se num esquema estético repetitivo. Todavia, considero o Paradise Lost é o mais arrojado que o Tiamat, sempre experimentando algo diferente em cada álbum, enquanto o grupo liderado por Johan Edlund tende a estabilizar num estilo que construiu nos quatro últimos álbuns. De qualquer maneira são bandas com trabalhos irrepreensíveis e altamente recomendados para quem gosta de música pesada e rock'n roll em geral.

Voltando ao Prey, temos aqui uma sonoridade menos pesada que o Skeleton Skeletron. Contudo a temática soturna do Tiamat, canções em torno dos amores tensos e impossíveis, aspectos insanos da contemporaneidade e, em especial, a peculiar apropriação e releitura que Edlund faz de mitologias e tradições místicas (egípcias, asiáticas, gnósticas, místicos contemporâneos), das irreverentes críticas ao cristianismo, permanece sob um toque triste e musicalmente difícil de classificar, mas numa intensidade emocional que não deixa ninguém indiferente à excelência deste álbum. Coloco aqui as minhas preferidas, num cd que não possui pontos baixos.


Cain



I gave you my love
Though crystallized
I sent you a rose with nevermore
So many years
So many hours
And only thistles on my shore
For all that it's worth
The blood on my hands
Is the blood of divinities
And all that is lost
Sound or unsound
Only bonds between you and me

If I go will you follow
Me through the cracks and hollows
And I would be your Cain
If you would be here now

The Mother-of-Pearl
Handcrafted by God
You're the tower they built to reach the sky
A White Falcon beauty
My mark on your skin
Follow me down the stairs when we die
Your soul is in heaven
Your body in hell
It doesn't matter much to me
In the night of the unborn
Sound or obscene
Only bonds between you and me

If I go will you follow
Me through the cracks and hollows
And I would be your Cain
If you would be here now

Blessed be our Lady Nuit
Guide us to Ra-Hoor-Khuit
In your night we find shelter
Before the Helter Skelter



Carry Your Cross and I'll Carry Mine



Blame my cloven hooves - If I sink what does it prove
I'll always be your prey
Blame my crooked cross - Say I'm your bitter loss
The winds of hell are blowing your way

"Carry your cross and I'll carry mine
Dig your own hole and you'll be fine
Build your own tower until heavens devour
Your very last hour"

Blame it on Hell's fire - And on my desires
The skies are crying blood
Give me all your lies - And blame the lord of flies
The face of evil is the face of God


Light in Extension


We're shards of broken glass but we're coming to get you
The earth is shaking, the underworld's born anew
It's a cosmic fusion, a disillusion man
Gather your stuff and get going as fast as you can

It's all that I dream of when I pray to the devils themselves
The dust of Babylon fallen is on somebody else

And in the aeon of hope - A new sun will rise for you
And in the still of the night - The moonchild will watch you too

We're falling to pieces and that's why we're hunting you down
While you're falling from heaven we rise from the underground
No more turning the other cheek, no lies in wait
Waiting is over, the black knights have opened the gates


Nihil



The losers are the winners
The saints are the sinners
The angels in heaven
Keep falling, keep falling

God is no forgiver
He demands and you deliver
The demons in hell
Keep calling, keep calling

through the night shall all wash away
All the horrors of the day
And a little angel on my side
Tries to make it all worthwhile
And with a little beauty in my bed
I still wish that I was dead
And the little angel on my side
Takes me on a devil ride

No rose without a thorn
Dead before you're born
A world full of nothing
So keep praying, keep praying

That what lies ahead of us
In the eye of Horus
A new sacred aeon
We'll be obeying, obeying


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Isaac Asimov - Afinal, o que somos?


Transcrevo um primoroso artigo do escritor e bioquímico Isaac Asimov (1920-1992), intitulado "Afinal, o que somos?". Trata-se de uma tradução publicada na revista Ciência Ilustrada, da Editora Abril, edição n- 6, março/abril de 1983, na seção Natureza Humana. Conheci esta publicação aos nove anos de idade, quando meu pai a encontrou, esquecida por alguém, e trouxe para casa,quando estava voltando de ônibus, após um dia de trabalho. Espécie de ancestral da "Superinteressante" (que foi lançada em 1987), Ciência Ilustrada foi uma das portas que possibilitaram, na minha infância, a iniciação ao mundo do conhecimento.
Interpreto o “mistério” como o enigma, o obstáculo que tensiona nosso raciocínio e intuição, crenças e ceticismos, teorias e práticas a prosseguirem irresistivelmente para frente. A marca da nossa incompletude: a necessidade de compreender, nomear e classificar eventos, fenômenos e ações. Cada saber tem uma contribuição a dar no esclarecimento da trajetória humana, porém, o conhecimento científico possui limites, embora a margem de liberdade seja muito ampla.
Lamentavelmente a revista não informa a fonte original do artigo, data da publicação (possivelmente no início da década de 1980) e nem credita o tradutor. Entre os colaboradores estão Edna Feldman e Thomaz Rosa Bueno na parte de tradução. Talvez a versão em português seja de um deles. Fica registrado.


 Afinal, o que somos?

Isaac Asimov

Pergunte sobre a natureza humana a 10 cientistas de diferentes especialidades, e é possível que você receba 10 respostas diferentes. Enfim, qual será a resposta definitiva?

"Que é o homem, para que dele te lembres?" (Salmos, 8:4)
O que é o ser humano? "O homem é um bípede implume", proclamou Platão. "O homem é o único animal que cora, ou, pelo menos, que precisa disso", observou Mark Twain.  "O homem é uma inteligência a serviço de seus orgãos", arriscou Aldous Huxley.

Consulte-se um congresso de cientistas sobre a natureza dos seus semelhantes, e as respostas serão tão variadas quanto as suas especialidades representadas; cada um dos cientistas terá um ponto de vista diferente sobre a essência da raça humana.

Diria um físico: "Um ser humano é um diminuiduidor da entropia."

Todas as mudanças no Universo são potencializadas pela transferência de energia, e, em todos os casos, o resultado é uma distribuição ainda maior de energia - "uma entropia maior" - se o sistema for tomado como um todo.
Mas dentro de um sistema há sempre subsistemas. Nestes, numa escala pequena, o processo é revertido. Ou seja, a entropia diminui. O poderoso e constante aumento de entropia no núcleo do Sol produz uma radiação de energia que banha toda a Terra. Uma pequena parcela dessa radiação produz mudanças que local e temporariamente revertem a onda de entropia para gerar vida, um subsistema particularmente eficiente para continuar essa reversão.
Todos os organismo vivos tem a capacidade de aumentar a ordem à custa da desordem - ou seja, de reverter o processo natural da entropia. E entre esses organismos, claro, está o ser humano.

Diria um químico: "Um ser humano é um produto de átomos de carbono."

No começo, a Terra era estéril e possuía um oceano e uma atmosfera compostos de moléculas relativamente pequenas e simples: metano, amônia, água, sulfeto de hidrogêne, nitrogênio. Esses componentes simples eram bombardeados com energia - proveniente das radiações do Sol, do calor da Terra, de descargas elétricas da atmosfera, e de radiações mais sutis emanadas de uma crosta duas vezes mais rica em materiais radioativosdo que o é atualmente.
As moléculas simples se fundiram em moléculas mais complexas pela ação das várias formas de energia. Os átomos de carbono, que são dos menores átomos existentes, se comprimiram para formar cadeias de carbono-carbono particularmente fortes. Além disso, para cada átomo de carbono, não é possível a formação de menos de quatro dessas cadeias. Em consequência, essas moléculas que incluem átomos de carbono - as chamadas "moléculas orgânicas" - rapidamente superaram todas as demais em tamanho e em complexidade.
Evntualmente, as moléculas orgânicas se tornaram suficientemente grandes, delicadas e versáteis a ponto de possuírem as propriedades essenciais que associamos com a vida. E toda a vida sobre a Terra se baseia nestas moléculas - incluindo, é claro, os seres humanos.

Diria um bioquímico: "Um ser humano é um interagente de enzima/ácido nucléico".

Pequenas moléculas, e mesmo muitas moléculas maiores, não são vivas -jamais podem ser vivas- enquanto lhes faltar a capacidade de se reproduzirem, para aumentar seu número à custa de moléculas mais simples do meio ambiente e para impor sua ordem sobre vizinhanças menos ordenadas.
À medida que as moleculas se tornaram mais complexas, durante a "infância" da Terra, as substâncias orgânicas capazes de se reproduzir finalmente surgiram. Eram provavelmente do tipo que hoje conhecemos como ácido nucléico. Outros tipos igualmente complexos de moléculas orgânicas, que hoje conhecemos como proteínas, também foram produzidas. Algumas tinham capacidade catalítica -ou seja, ofereciam superfícies nas quais certas reações quíicas poderiamacontecer mais facilmente e mais rapidamente do que em qualquer outro lugar. Essas proteínas catalíticas são as chamadas enzimas.
De alguma forma, os ácidos nucléicos e as enzimas juntaram forças. Alguns ácidos nucléicos serviam para a formação de enzimas específicas; umcerto número de diferentes ácidos nucléicos podia conduzir -a partir de cada grupo - à formação de um certo número de enzimas diferentes catalizando toda uma bateria de mudanças químicas. Assim, a vida foi se tornando cada vez mais complexa. Entre essas formas de vida que se desenvolveram estava, é claro, o ser humano.

Diria um biólogo: "Um ser humano é um conglomerado de células".

Quando as moléculas auto-reprodutoras se formaram, nos primórdios da Terra, era inevitável que elas competissem pelas moléculas inertes que as circundavam na sopa oceânica. As moléculas auto-reprodutoras que melhor usaram as moléculas mais simples, como matéria-prima para se duplicarem a expensas das que eram menos eficientes.. Começou assim o processo de seleção natural. Eventualmente, apareceram mudanças nas moléculas auto-reprodutoras, através de processos frutos do acaso; as moléculas passaram por mudanças que aumentaram sua eficiência, sobreviveram e floresceram à custa das outras. Assim a evolução se deu através da seleção natural.

Dessa forma, sistemas complexos de moléculas gradualmente evoluíram e se distinguiram do ambiente externo por uma membrana que deixava entrar algumas porções do mundo exterior, mas barrava outras. Eram as células. Quanto mais eficientes eram as células, mais floresciam. E tipos diferentes de células floresceram em diferentes tipos de ambiente. Por fim, algumas células adquiriram a capacidade de se juntar, cooperar e se especializar, formando organismos multicelulares que cresceram em variedade e complexidade. E o mais complexo desses organismos assim formado era, claro, o ser humano.

Os representantes dos demais ramos científicos certamente também gostariam de apresentar suas opiniões.

Para o astrônomo, o ser humano é um filho do cerne das estrelas, o produto final de uma supernova que explodiu há milhões de anos-luz e de cujos elementos se originaram os planetas.

Para o antropólogo, o ser humano representa a lenta acumulação de propriedades características: a postura bípede, a visão aguda, a mão que agarra e o cérebro expandido.

Para o arqueólogo, o ser humano é o acumulador de cultura, o construtor de cidades, o artesão da cerâmica, o plantador de cereais, o inventor da escrita.

Para o psicólogo, o ser humano é o possuidor de um cérebro extraordinariamente comlexo, com a capacidade de pensamento e de abstração sobrepondo-se aos instintos e às emoções herdadas de sua origem animal.

Para o teólogo, o ser humano é um participante humilde num grande drama de pecado e redenção. Para o sociólogo, um moldador de sociedades que, em contrapartida, o domesticaram. E, para cada indivíduo humano, seus semelhantes são uma multidão de parentes, inimigos, amigos, estranos, partícipes da cultura - pessoas para se amar, odiar, suspeitar, ignorar ou admirar pois afinal são nossos parceiros no maior mistério da biosfera.

Dia Mundial do Rock: Slayer e Judas Priest!


Hoje é Dia Mundial do Rock. Selecionei Rock Hard Ride Free , do álbum Defenders of the Fait, de 1984, uma das canções que contém um dos melhores solos de Glen Tipton e K.K. Downing. Trata-se de uma versão ao vivo gravada em 1984. Como a qualidade do som do vídeo do youtube é irregular, também disponibilizo a versão de estúdio. E por fim, Seasons in the Abyss, do Slayer, do álbum homônimo de 1990. Um dos mais deslumbrantes videoclips já realizados.

Um Bom Dia Mundial do Rock para todos!



Judas Priest - Rock Hard Ride Free:








terça-feira, 12 de julho de 2011

Moonspell - Alma Mater e Ataegina




Wolfheart (1995), debut do Moospell, é um álbum fundamental e paradigmático do metal extremo. Aqui estão o hino Alma Mater e a faixa-bônus Ataegina, presente na versão digipack do cd. A capa que postei é a de uma versão dupla, com cd bônus gravado ao vivo em 1995. Alma Mater dispensa apresentações, enquanto Ataegina é uma experiência sonora semelhante a Trebaruna, totalmente cantada em português, com sua temática fincada na mitologia lusitana somada a arranjos da música medieval ibérica. Tal com Trebaruna, Ataegina é uma deusa do panteão lusitano. Preside a fertilidade, a primavera (o renascimento), a natureza e a cura. A letra da música também atribui a esta divindade funções guerreiras.

Alma Mater



Mother Tongue speaks to Me
In the strongest way I¹ve ever seen
I know that she sees in Me
Her proudest child, her purest breed
She speaks to me in colours
That I can¹t really understand
I only know that they are ours
And to those I¹ll proudly bend
For I am your only child
And you my dearest mystery
From an ancient throne I defy the world
To kneel before the Power within.
For I am your only child
And she is my dearest mystery
World can¹t you see it ?
Am I alone in my belief ?
Virando costas ao Mundo
Orgulhosamente sós
Glória Antiga, volta a nós!
Alma mater !
Breaking waves announce my Bride
It is the only way the Sea could sing
Legends of Lusitanian pride
He sings the words I can not spring
At the Moon Mountain six wolves cry
Your lost glory we¹ll regain or die
For I am her only child
And she is my dearest mystery
Pagan Gods in conspiracy
For the sword of Tyranny
Mother Tongue has spoke to thee
In the strongest way they¹ve ever seen
World can¹t you see ?
I am not alone in my belief
Alma mater !
Virando costas ao Mundo
Orgulhosamente sós
Glória Antiga, volta a nós!
Alma mater !
Mother Tongue speaks to Me
In the strongest way I¹ve ever seen
I know that she sees in Me
Her proudest child, her purest breed
She speaks to me in colours
That I can¹t really understand
I only know that they are ours
And to those I¹ll proudly bend
For I am your only child
And you my dearest mystery
From an ancient throne I defy the world
To kneel before the Power within.
For I am your only child
And she is my dearest mystery
World can¹t you see it ?
Am I alone in my belief ?
Virando costas ao Mundo
Orgulhosamente sós
Glória Antiga, volta a nós!
ALMA MATER !

A Língua Materna me diz
Do modo mais forte que já vi
Sei que ela vê em mim
Seu motivo de orgulho, sua raça mais pura

Ela me diz em matizes
Que eu mal posso entender
Eu apenas sei que são nossos
E a eles, orgulhoso, me curvarei

Pois sou seu unico filho
E você, meu mistério querido
De um trono antigo, desafio o mundo
A ajoelhar-se diante do Poder contido.

Pois sou seu unico filho
E você, meu mistério querido
Mundo, não vês?
Apenas eu creio nisso?

Virando costas ao mundo
Orgulhosamente sós
Glória antiga, volta a nós!

ALMA MATER!

Ondas rebentando anunciam minha noiva
É o único modo como o Mar pode cantar
Lendas do Orgulho Lusitano
Ele canta as palavras que eu não posso espalhar

Na Montanha da Lua seis lobos uivam
Sua glória perdida retomaremos ou morreremos

Pois sou seu unico filho
E ela, meu mistério querido
Deus Pagãos conspiram
Pela espada da Tirania

A Língua Materna disse a ti
Do modo mais forte que já viram
Mundo, não vês?
Não sou só eu que creio nisso.

ALMA MATER!

Virando costas ao Mundo
Orgulhosamente
Gloria Antiga, volta a nos!

ALMA MATER!
A Língua Materna me diz
Do modo mais forte que já vi
Sei que ela vê em mim
Seu motivo de orgulho, sua raça mais pura

Ela me diz em matizes
Que eu mal posso entender
Eu apenas sei que são nossos
E a eles, orgulhoso, me curvarei

Pois sou seu unico filho
E ela, meu mistério querido
De um trono antigo, desafio o mundo
A ajoelhar-se diante do Poder contido.

Pois sou seu unico filho
E ela, minha tragédia querida
Mundo, não vês?
Não sou só eu que creio nisso.

Virando costas ao Mundo
Orgulhosamente

ALMA MATER!



Ataegina



Na Ara da Vida jaz uma morte
A ti te lanco a minha sorte
Ataegenia triade fatal
Palida Deusa, doce e teu mal

Centenas de corvos sobre a rochedo
Cantam em coro historias de Medo
De Primaveras que a morte abraca
Em ti encontram a sua desgraca

Devotio Ver Sacrum
Devotio Consecratio
Capitis Dirae
Rainha da Noite, Rainha Natura
Saudoso berco primaveril

Ja se choram filhos perdidos

Para terras amargas sem retorno
Onde a voz dos Deuses Perdidos
Bebe o povo o sangue do corno

Corcas alvas trazen esperanca
Lembram destinos, a vitoria
Nobre Guerra, furiosa danca
Do po sai um rumor de gloria

Devotio Ver Sacrum
Devotio Consecratio
Capitis Dirae
Rainha da Noite, Rainha Natura
Saudoso berco primaveril