quinta-feira, 8 de março de 2012

Dougal Dixon - The New Dinosaurs: An Alternative Evolution.



O primeiro livro que li de verdade, lá pelos meus sete anos, era sobre dinossauros. Pertencia a uma coleção da editora Record, dos anos 1960, de origem norte-americana, sobre temas diversos: grandes inventores e seus inventos, foguetes e espaçonaves, grandes rios do mundo, a meteorologia, história da medicina e por aí vai. Eram livros de capa vermelha, com um globo bastante estilizado. O texto era bastante agradável e com ilustrações muito boas.

Justificar nosso fascínio, gosto ou mesmo amor pelos dinossauros é tarefa complicadíssima. O simples porque sim é uma tentação, mas sei que não é suficiente. Entretanto, como todo gosto, envolve afetos difíceis de descrever. O tamanho imenso, sua inumanidade, força e resistência que os tornos senhores da Terra por largo espaço de tempo. Não vou mais me estender sobre o assunto. Simplesmente gosto muito deles.

Dixon já é conhecido dos leitores Do Labirintos do Ser, pelo livro After man. Apresento outro magnífico trabalho de zoologia especulativa, The New Dinosaurs: an alternative evolution (Topsfield, MA: Salem House Publishers, 1988).

A premissa do livro é bem simples: a grande extinção do fim do período Cretáceo há 65 milhões de anos (cuja causa, súbita ou gradual, ainda é controversa)simplesmente não aconteceu. O suposto meteorito não caiu, o plâncton e as algas marinhas foram capazes de se adaptar as mudanças na temperatura da água. Do mesmo modo, os animais terrestres resistiram às doenças e parasitas. Assim, a vida animal que se desenvolveu ao longo dos 150 milhões de anos da era Mesozoica continuou a evoluir, pelo menos, por mais 65 milhões de anos sem interrupções.

Os dinossauros que existiriam hoje seriam bastante diferente daqueles que predominaram durante a era Mesozoica. A evolução produziu delirantes, porém plausíveis, dinossauros com cobertura de pelos, penugens e bicos de aves, design simiesco, girafas e zebras reptilianas...
Sobre a questão da inteligência, Dixon não acha plausível a possibilidade dos dinossauros desenvolverem um raciocínio lógico e intuitivo que associamos ao homo sapiens. Fica descartado os dinossauros antropomórficos ou repteis humanoides.
Seriam animais mais espertos, com técnicas de caça cada vez mais sofisticadas e eficientes e habilidades cooperativas. Algo como os raptors da série Jurassic Park.

Ilustrações são soberbas, e suas descrições imaginativas de morfologia, reprodução de alimentação, comportamento e hábitos de nidificação estão tão próximas do estilo dos manuais, tratados e enciclopédias de vida animal que por vezes esquecemos que se trata de fantasia. As soluções encontradas pelos desenhistas são bastante convincentes e engenhosas, por vezes divertidas. Destaco o simpático pinguim reptiliano e o octópode com características de anfíbio. Outros espécimes bem que poderiam figurar no elenco dos Muppets...


No mundo dos novos dinossauros a configuração dos continentes e zonas climáticas permanece como conhecemos hoje. Cada continente, ou reinos zoogeográficos, tem o seu conjunto próprio de vida selvagem.
As formas das criaturas são completamente diferentes das dos períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo, mas todos eles têm evoluído a partir de uma mesma linhagem réptil original.

As espécies não são as mesmas em todo o mundo. Há uma série de regras que definem os tipos de animais que podem viver em um lugar específico e não em outro. O fator mais óbvio que determina a vida animal de uma determinada área é o ambiente dessa área - o clima, o terreno, as plantas que crescem lá, outros animais que ali existem, na verdade tudo o que contribui para o ambiente e habitat. Podemos ver imediatamente que um animal que vive em um ambiente de montanha, e é particularmente bem adaptado para viver em um ambiente de montanha, não vai sobreviver por muito tempo se for introduzido na região do pântano - e vice-versa. 

O agrupamento dos animais de acordo com suas relações evolutivas, e não de acordo com os ambientes em que vivem, pode dividir o mundo em regiões conhecidas como reinos zoogeográficos. Cada reino zoogeográfico irá conter uma coleção de animais que é peculiar a si mesmo e que evoluiu relativamente independente do conjunto de animais de outra esfera. As fronteiras entre as esferas podem ser bem marcada, como por oceanos, ou podem ser bastante nebuloso, com vários tipos de animais capazes de atravessar a partir de um para o outro. A existência dos reinos é efetuada pelas barreiras naturais à migração que surgem por causa da geografia física. Uma cordilheira ou um deserto pode dividir um conjunto de animais.

Existem seis reinos geográficos: o Neoártico (que corresponderia a América do Norte), o Paleoártico (Europa e Rússia asiática), o Neotropical (América central e do Sul), o Ethiópico (a África) , o Oriental (Oriente Médio, Índia e sudeste asiático) e o Australasiano (Oceania e ilhas do Pacífico).

Quanto aos mamíferos? Eles surgiram no período Triássico, como pequenas criaturas insetívoras. Até o final do Cretáceo eles ainda eram pequenas criaturas insetívoros. Não tiveram oportunidade de se expandir e diversificar, e continuam da mesma forma neste mundo alternativo. De modo que não será possível a evolução de outros mamíferos e a existência dos seres humanos. Os novos dinossauros continuaraão reinando...

Download do livro em PDF










































Um comentário:

Lilyca disse...

Oi!
Adorei o seu Blog!
Parabéns, já estou te seguindo!
Bjus, fique com Deus (=